sábado, 31 de março de 2018

Conflitos

Conflitos bons, conflitos maus... Mas espera aí, existem conflitos positivos, conflitos que agreguem valor, conflitos que levem a bons resultados? Claro que sim. Mesmo os mais céticos neste assunto, com apenas um pouco de esclarecimento e observação poderão perceber que sim. De início, nos cabe perceber que conflito não significa necessariamente beligerância, guerra, personificação do ódio ou rancor a alguém, a alguma causa ou mesmo a alguma equipe. Conflito não é essencialmente uma queda de braço, um cabo de guerra. Conflito não é necessariamente destrutivo, pelo contrário pode ser construtivo, pode servir de alicerce para o crescimento das ideias, pode servir de andaimes para construção de novas estratégias, pode servir de pedra angular para o florescimento criativo de valores e soluções, e assim pode ser uma espécie de viga, de estrutura positiva para o crescimento de todos os envolvidos. Sim, é necessário um gerenciamento correto, mas os próprios envolvidos, se maduros e preparados, podem exercer este gerenciamento, é necessário um respeito humano, social e profissional acima de qualquer conflito, é necessário um objetivo comum, um alvo, uma motivação comum. É necessário compromisso, envolvimento, respeito, engajamento e comportamento. O conflito nasce da divergência de ideias, de opiniões, de estratégias, horas ganha força pela diversidade de interesses (não somente de interesses mesquinhos, mas também de interesses altruístas, sociais e profissionais, do mais elevado valor), falando em valor, o conflito ganha existência pela própria diversidade de valores, e é exatamente nesta diversidade de ideias, opiniões, estratégias, interesses elevados e valores que o conflito pode agregar valor positivo, produtivo, criativo e de qualidade, pois que agrega diferentes pontos de vista, diferentes perspectivas, diferentes juízos, diferentes abordagens, diferentes conceitos, mas nunca sem perder de vista o foco no alcance, o custo geral, o esforço possível, o prazo disponível, as experiências, capacidades e alcances dos envolvidos, o limite de poder disponível, enfim, sem perder de vista o alcance dos objetivos traçados e necessários. Existem assim, conflitos positivos, aqueles conflitos que nos proporcionam chances ótimas de aprendermos em comum, oportunidades especiais, as vezes raras e únicas, de chegarmos a uma solução, a uma resposta, a um estado mais adequado do que chegaríamos sem o próprio conflito, com certeza agregando valores, qualidade, criatividade, completeza, favorecendo plenamente o crescimento emocional e profissional de todos na equipe, gerando integração, sinergia e poderes que somente equipes especiais são capazes de alcançar.

A negociação, neste caso, é apenas o processo interno, interpessoal, profissional, de alcançar os objetivos, com soluções, propostas, entregas e potenciais melhores que sem o conflito. Negociar conflito não pode ser meter o dedo no uso do poder formal, não pode ser meramente contemporizar, não pode ser buscar acordos onde se encontre soluções intermediarias, pessoalmente discordo daqueles que acham que o caminho do meio seja o melhor. Em uma equipe madura, consciente, profissional, a argumentação franca, a análise racional, emocional, e técnica, na busca de identificar semelhanças e divergências, na busca de mensurar indicadores para cada alternativa, na busca se possível de aplicar simulações, prototipações, e assim buscar convencimento técnico, tecnológico, profissional, dentro dos custos, esforços possíveis, e prazos estabelecidos, acaba sobressaindo como contingência natural deste tipo de abordagem de negociação.

O que lideres, gerentes, gestores e envolvidos não pode jamais deixar acontecer, é o da personificação das discordâncias, a discordância há de ser sempre impessoal, a compreensão é uma necessidade a toda equipe de elevado desempenho, o respeito e o compromisso são vigas de sustentação, o conhecimento e a experiência são os tijolos, e a vontade de alcançar os objetivos acaba sendo a argamassa final que agrega tudo e todos nesta equipe.

O ganha/perde, o perde/perde ou mesmo o ganha/ganha não fazem parte da solução, a gestão de conflito não é uma negociação comercial, é uma convenção humana, social e profissional, os objetivos, as missões devem ser abordadas técnica e profissionalmente por todos, e o amadurecimento individual e coletivo deve este sim ser trabalhado, valorizado, motivado e treinado...

Toda boa decisão interna é aquela que agrega valores a equipe por meio de valores a solução proposta ou em desenvolvimento, é aquela que satisfaz, pelo menos, minimamente os interesses da equipe, pois que agregam produção, qualidade, criatividade e aderência ao atendimento dos objetivos, uma equipe existe para ser solucionadora de problemas, ser desenvolvedora de algo, ser um meio poderoso para o alcance e entrega de produtos, ideias, soluções, sistemas, dando valor e diferencial as marcas dos nossos contratantes e dos clientes. A divergência é algo natural e esperado, mas a convergência é algo que há de ser produzido, conseguido e deve assim ser ponto de foco de todos. A divergência gratuita, ou o seu oposto a omissão, são prejudiciais a toda e qualquer equipe e devem ser fortemente desvalorizadas e resolvidas.

Quando o time ganha, todos ganham, ninguém perde, a equipe cresce, o cliente ganha valor, e nosso contratante se solidifica como referência de qualidade, criatividade, pontualidade, valor, e custo, e cada membro da equipe se inunda do próprio brilho da equipe...

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